A publicação em 1932,
desta obra monumental, também conhecida como a narrativa de Nabíl - contribuiu
grandemente para um entendimento mais profundo da vida e da Revelação do Báb. No
Brasil, ele foi traduzido por D. Leonora Amstrong e publicado pela Editora
Bahá’í, pela primeira, em 1989.
Antes desta publicação
em língua portuguesa usufruímos de um único volume em espanhol, e, foi assim
que por volta do início dos anos 80 - formei em minha casa, um grupo de estudo
deste apaixonante livro. O grupo era composto de jovens que, posteriormente,
seriam profissionais em diversas áreas como a: psiquiatria, enfermagem,
psicologia, arqueologia e educação. Alguns destes nem chegaram a abraçar a Fé mas,
com certeza, todos nós estávamos animados pelo espírito daqueles mártires e
heróis da Causa de Deus e nosso estudo se caracterizava por uma união e
cooperação mútuas memoráveis.
Bem, e foi assim que,
logo depois – estando eu ainda jovem, que o livro Os Homens do Invisível foi elaborado, posso dizer de maneira bem despretensiosa
e espontânea. Recordo-me que procurei, com toda fidelidade, descrever alguns
dos episódios do início da Fé – numa linguagem que fosse adequada a um leitor
mais jovem sem, contudo, diminuir a eloquência e a dignidade da obra na qual me
inspirava. Na verdade nem pensei que se transformaria num livro – inicialmente
foi publicado pelo Comitê Nacional de Educação Bahá’í às crianças, em forma de
apostila (100) e, só a partir daí, anos mais tarde – que se transformou num
livro, publicado pela Editora Bahá’í, em 2007.
Certa vez aconteceu algo engraçado que compartilho aqui, neste blog da Editora Bahá’í: um amigo querido, artista plástico veio cumprimentar-me pela elaboração deste livro e, de imediato lhe disse que o havia escrito com foco num leitor jovem. Ele me ouviu com atenção mas, de repente, não se contendo, virou-se para mim e disse: “O que? Para um leitor jovem? Pois eu gostei imensamente dele!” E nós sorrimos juntos...
Alguns pais me disseram
que lia, geralmente às noites, as histórias nele contidas, para seus filhos.
Avós também me procuravam, solicitando envio de cópia da apostila (primeira
forma de elaboração do mesmo) para lerem para seus netos.
Quanto ao título do
mesmo busquei inspiração numa tradição oral persa que diz:
“No último Dia, os
Homens do Invisível, com as asas do espírito, haverão de atravessar a imensidão
da Terra, atingir a presença do Prometido e dEle buscar o segredo que lhes
resolverá seus problemas e removerá suas dúvidas.”
Bem, recordando, no
livro A Presença de Deus, Shoghi
Effendi descreve, com maestria, o episódio do Báb citando que, ao Seu redor
havia “uma galáxia de heróis, inflamados no amor Divino” – que seriam estes
“Homens do Invisível”, citados nesta tradição mencionada:
“Ao acompanharmos os
episódios do primeiro ato de tal sublime drama, ressalta à nossa observação a
figura de sua Principal Personagem, o Báb, surgindo qual meteoro no horizonte
de Shiráz, cruzando os sombrios céus da Pérsia, de sul a norte, ofuscando-se
com trágica brevidade e extinguindo-se numa chama de glória. Vemos seus
satélites, uma galáxia de heróis, inflamados no amor Divino, alçados no mesmo
horizonte, irradiarem aquela luz incandescente, consumirem-se a si próprios com
a mesma rapidez e contribuírem, por seu turno, com mais um impulso para o
sempre crescente desenvolvimento da nova Fé Divina”.
É numa mensagem dirigida
a um crente, o Guardião recomenda alguns livros bahá’ís e entre estes se
encontra Os Rompedores da Alvorada:
“um conhecimento sólido
da história... será de grande ajuda no ensino da Causa”. Nesta mesma mensagem,
escrita em seu nome, “ele sente que os jovens bahá’ís devem ganhar o domínio de
tais livros como Seleção dos Escritos de
Bahá’u’lláh, Os Rompedores da Alvorada, Que Brilhe o Sol, O Kitáb-i-Iqán,
Respostas a Algumas Perguntas e as Epístolas mais importantes” (4/5/1946).
Nos dias atuais a amada
Casa Universal de Justiça, no documento “A Instituição dos Conselheiros” diz:
“Estimular a iniciativa
individual é um dos mais importantes deveres dos membros do Corpo Auxiliar, um
dever que eles podem realizar com a colaboração de ajudantes que devem ser
cuidadosamente selecionados, treinados e nutridos por eles. Envolve constante
estímulo aos amigos, evocando o valor dos heróis e trazendo à sua atenção a
importância de exemplificarem em suas vidas as glórias dos ensinamentos.”
E em cartas escritas a
crente individuais, a uma Assembleia Nacional e à juventude reunida na Escola
Bahá’ì Louhelen, em nome de Shoghi Effendi - temos:
¨Se estudardes a
história de Nabíl vereis como a Fé tem sido alimentada pelos sacrifícios
constantes dos amigos. Através de sofrimentos, perseguições e de constantes
preocupações a Mensagem de Bahá’u’lláh tem sido estabelecida no mundo inteiro.”
(30/11/1932, citada no “Bahá’í News”, no. 77, setembro de 1933, p. 1, “Viver a
Vida”, p.13).
“Estes são, na verdade,
os dias em que o heroísmo dos crentes se faz necessário. Sacrifício coragem,
esperança e confiança inabaláveis são as características que eles deveriam
demonstrar, por que estes mesmos atributos não podem deixar de chamar a atenção
do público e de levá-lo a buscar saber o que, num mundo tão desesperadamente
caótico e confuso, faz com que estas pessoas estejam tão seguras, confiantes e
cheias de devoção. Cada vez mais, à medida que o tempo passa, as características
dos bahá’ís serão aquilo que cativará a atenção de seus co-cidadãos. Devem
mostrar seu afastamento dos ódios e recriminações que estão destroçando o
coração da humanidade e demonstrar através de ações e palavras sua profunda
crença na futura unificação pacifica da inteira raça humana.” (De uma carta de
26/10/1941,“Viver a Vida”, p. 18-19).
“Se a geração bahá’í
mais jovem, na qual Shoghi Effendi deposita grandes esperanças, dedicar-se ao
estudo da Causa de uma forma profunda e completa, ler sua história, buscar seus
princípios subjacentes e tornar-se tão bem informada quando vigorosa em suas
ações, com certeza os jovens irão conquistar grandes vitórias para a Fé.” Juventude,
p. 9 – Carta escrita em nome de Shoghi Effendi, 26/4/1923, à Assembleia
Espiritual Nacional dos bahá’ís da Índia e Burma.
“Ele recomenda que você
considere realizar grandes, grandes feitos para a Fé; a condição do mundo está
se tornando cada vez pior e sua geração deve prover os santos, os heróis, os
mártires e os administradores dos anos futuros. Com dedicação e força de
vontade você poderá erguer-se a grandes alturas!” Juventude, p. 44 – 2/10/1951,
à Escola Louhelen, Setor Juventude, publicada no Bahá’í News, no. 253, março de
1952, p. 1.
Bem, viver a fase da
juventude sem ler e se inteirar da tão rica história dos heróis e mártires da
Causa de Deus é privar-se de obter uma compreensão do valor destes santos, de
ter suas elevadas ações como exemplos e passar despercebido o importante fato
de que somos, pela graça divina, descendentes espirituais destes anjos que
viveram neste mundo.
Ceres Andrade de Araújo
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