Escritos Sagrados Bahá'ís em Ebook

Fundada em 1957, a Editora Bahá'í do Brasil tem como seu principal objetivo tornar acessível ao público de língua portuguesa as Escrituras Sagradas da Fé Bahá'í. Publicamos mais de cinco centenas de livros, documentos, textos e materiais audiovisuais que expressam o ensinamento básico da Fé Bahá'í: a unidade do gênero humano. Também, fornecemos materiais de identificação bahá'í. Atualmente são 33 editoras bahá'ís no mundo publicando materiais em mais de 800 línguas e dialetos.

Os resultados de um nacionalismo exacerbado

Por Marcos Alan Ferreira

 No ínterim entre as duas grandes guerras, mais precisamente em 1931, Shoghi Effendi,  Guardião da Fé Bahá'í, escrevera o documento "A Meta de Uma Nova Ordem Mundial" (texto disponível no livro "A Ordem Mundial de Bahá'u'lláh" - Editora Bahá'í). Ali, Shoghi Effendi se lembrava dos males que traria a I Guerra Mundial e previra de maneira perspicaz a ascensão do nacionalismo na Ásia e revoltas na África e Américas.

Passados 80 anos da publicação do documento, o mundo viu uma revolta sem precedentes chamada de Primavera Árabe. É indubitável que as revoltas populares que tomaram os países do Oriente Médio e Norte da África terão um impacto permanente no cenário social de seus respectivos países e também no cenário internacional. Os cenários que se abrem vão dos mais otimistas até os mais catastróficos para os direitos fundamentais do ser humano.

Após a derrubada de Ben Ali na Tunísia, o Egito se viu dentro de uma revolta sem precedentes que após quase 60 anos de controle militar tirou Hosni Mubarak do poder. Controlado anteriormente pelos também militares Gamal Abdel Nasser e Anwar Sadat, o início de 2011 trouxe aos egípcios a possibilidade de um novo futuro auspicioso, na qual a população democraticamente escolheria seus representantes e seus caminhos. No entanto, as eleições gerais parecem distantes da exeqüibilidade prenunciada anteriormente pela junta militar que controla o país desde fevereiro de 2011. Ainda mais grave, há indicativos de que movimentos desejam que uma novo Código Civil egípcio limite os direitos de minorias religiosas como os budistas e bahá’ís, conforme relatado recentemente pelo Middle East Media Research Institute.

No caso da Líbia, o cenário que se desenha é ainda mais complexo e tortuoso. Após a tomada de Trípoli, esperava-se que o Conselho Nacional de Transição (CNT) pudesse finalizar o conflito civil e ser reconhecido internacionalmente. O reconhecimento veio em termos quando ficou evidente que a tomada da capital líbia não representava que o CNT fosse uma unanimidade em todo o país.

Diante deste intrincado quebra-cabeça apresentado pelos casos do Egito e Líbia, há uma grande necessidade dos membros da comunidade internacional estarem atentos aos próximos acontecimentos. Um dos pontos principais das revoltas destes dois países do Magreb foi o desejo da população por uma nação mais justa e de respeito aos direitos humanos fundamentais.

Os gritos da Praça Tahir e a coragem dos rebeldes líbios, trouxeram em ambos os países o desejo de uma sociedade mais justa. Esses anseios não podem dar lugar a um sentimento de vingança contra budistas, bahá’ís, cidadãos de países subsaarianos ou de qualquer outra minoria. Cabe a Comunidade Internacional ficar atenta, assim como a opinião pública que tem toda a capacidade de influir nesse debate.

Marcos Alan Ferreira
É Doutor em Ciência Política pela Unicamp. Mestre em Relações Internacionais pelo Programa Santiago Dantas - Unesp/Unicamp/PUC-SP. Professor na ESPM –Escola Superior de Propaganda e Marketing. Facilitador do Programa Instituto para Estudos em Prosperidade Global (ISGP ).Tutor dos Cursos do Instituto Ruhi.

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